quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Passagens

Não há nada mais p'ra ver
depois do sol.
Nada mais que pensar
depois do sonho.
Não há nada mais p'ra querer
depois da chuva.
Só há o pensamento em vão.

Não se nega um olhar
depois das lágrimas
Nem uma palavra amiga
depois do fim.
Não se diz o que não
se quer ouvir.
Só se deixa a poeira da imaginação.

Não se pode falar
por entre os dentes.
Tudo o que se guardou
a vida inteira.
Não se cala diante
da maldade.
Só se remoe a dor da solidão.

Não se pode esquecer
o amor infinito.
Nem tampouco a efervescência
do ser.
Não é possível querer
se esquecer
Do que já habita o coração.

Claudia Muniz

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