Não há nada mais p'ra ver
depois do sol.
Nada mais que pensar
depois do sonho.
Não há nada mais p'ra querer
depois da chuva.
Só há o pensamento em vão.
Não se nega um olhar
depois das lágrimas
Nem uma palavra amiga
depois do fim.
Não se diz o que não
se quer ouvir.
Só se deixa a poeira da imaginação.
Não se pode falar
por entre os dentes.
Tudo o que se guardou
a vida inteira.
Não se cala diante
da maldade.
Só se remoe a dor da solidão.
Não se pode esquecer
o amor infinito.
Nem tampouco a efervescência
do ser.
Não é possível querer
se esquecer
Do que já habita o coração.
Claudia Muniz
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